segunda-feira, setembro 27, 2010

Montanha-russa

É impressionante como em um momento vc se sente capaz de dominar o mundo e no instante seguinte vc se permite ser tão pequeno, tão vulneravel...impotente.
Sei que a vida é mesmo uma montanha-russa. Ninguém nunca me prometeu que seria diferente disso. Pelo contrário, aprendi desde muito cedo. Talvez até cedo demais. O problema é encarar quando a montanha-russa tá lá embaixo...bem devagar. Como já vivemos isso antes sabemos que ela não fica assim pra sempre. Daqui a pouco ela estará lá em cima em alta velocidade. E a paisagem lá de cima e a velocidade viciam.
Contudo, existem muitos brinquedos desses, de cores e tamanhos diversos. Não se tem certeza de quanto tempo vai demorar para estar lá no topo de novo. E pode parecer uma eternidade. Pode acontecer em alguns segundos.Pode não acontecer nunca mais. E se a montanha-russa se recusar a funcionar?
Eu não sei esperar. Nunca soube. Sou ser de alma inquieta. Mal vivi e compreendi o agora e já quero experimentar o que vem a seguir.
Meu parque de diversões tem muitas montanhas-russas. Algumas eu já destrui. Umas com bombas atômicas, outras a pequenas marteladas. Algumas estão em processo de construção e a que eu ando hoje é incrivelmente frágil. Acho que teve algo de errado em sua construção. As bases não são firmes. Ao invés de tentar remendar seria mais compreensível destruí-la, não? Certas coisas não cabem na descrição do compreensível. Elas vão muito mais além...
A vida nos exige inteligência emocional e nós exigimos dela compreensão, felicidade e realização. É uma troca justa, mas nem sempre fácil, nem sempre possível.
Infelizmente uma montanha-russa é muito grande para construirmos sozinhos.
Como disse, algumas das minhas estão sendo construídas. Lentamente. Prego por prego. Mas e eu? Pessoa desprovida de paciência? Muitas vezes desprovida de inteligência emocional também.... Outras tantas vezes irracional.....?

Eu amo o vento no rosto e as gargalhadas de quando o carrinho desce em alta velocidade. Da sensação de ver o mundo de cima. De ter no meu carrinho exatamente as pessoas que me são caras. Que são minhas. Elas fazem o trabalho de construção da montanha-russa valerem muito a pena. Algumas vezes uma ou outra parece estar ali perdida. Elas não gostam da altura. Não gostam da cor do brinquedo. E quando o carrinho desce...elas saem. Saem para construir a montanha-russa delas. Todos em algum momento vão sair.

Brinquedos e parques de diversões a parte, hoje eu busco os alicerces dos meus sonhos. Porque sonhos não podem ser totalmente desconectados da realidade. Sonhos são construídos, almejados e alcançados. É pra isso que eles servem.
E eu tenho vários.

2 comentários:

  1. Guria, esse post mereceu demais um comentário. Sem brincadeira, pra mim o melhor texto do blog (até agora, muitos ainda virão!), a analogia entre o viver e uma montanha-russa me inspirou bastante reflexão. Adorei!

    Beijos e amo!

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  2. adorei o texto! apesar de ter medo de montanha russa hahahah
    amo vc

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